Todo cronista que se preze já passou por aqueles dias de cão, quando se tem uma vontade mórbida de escrever sobre algo, mas nenhum tema lhe parece agradável.
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Não que eu tenha a pretensão de ser considerado um bom cronista. Não o sou. Mas o fato é que quero escrever. Porém, não encontro tema.
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Poderia falar sobre os detalhes dos caminhos que percorri nesta manhã quando fui à padaria. Detalhes os quais passam desapercebidos pelos olhares incautos dos que pelo mesmo caminho fazem seu trajeto. Mas não fui à padaria nesta manhã. Sequer saí de casa.
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Os programas de férias na TV? Não. Esses conseguem deixar-me completamente desestimulado. Sem um pingo de conteúdo proveitoso, não merecem a tinta da caneta. Nem mesmo os telejornais. Deixe os mortos cuidarem de seus mortos. O importante é fazer o possível em vida.
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É bom escrever. Mesmo sem conteúdo propriamente dito, brincar com as palavras, desenhá-las, dando conteúdo ao texto e forma ao informe me é bastante agradável. Dar significado aos signos e tinta ao branco do papel. É quase comparável a dar um sentido para o próprio dia - ou para a própria vida. É como ser um Budista e entregar-se ao Nirvana, ou como ser Cristão e encontrar na fração, o Inteiro - Em ambos os casos, o intocável tornando-se sensível num átimo.
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Talvez este nada que tanto me importuna seja o melhor para ser desvendado e escrito. Afinal, são nos espaços em branco onde continuamos a brincar de ser criadores da concretude.
Depois passo a qui pra fazer comentários...
Mas de inicio, seu blog é bem interessante... Tudo que é filosofia é interessantes...
Aewww, muito massa...
Abraço.