Sujeito ético na terra do Q.I.
0 comentários Postado por César Thierry Freitas Nunes de Sousa às 19:47Há quase exatos quatro anos, tive a alegria de conhecer o trabalho literário de Fábio de Melo.
Suas músicas, assim como o restante de sua literatura, cantam a ligação intrínseca entre o imanente e o transcendente. Para ele, "o que é humano está muito bem quando misturado no que é divino". Sua concepção acerca da vida [no plenamente "humano"] é caracterizada pela harmonia existente entre os contrários presentes no mundo, os quais nos ajudam a compreender que só é feliz aquele que já experimentou a infelicidade; só acerta quem já passou pela experiência dos erros. E quando nas contínuas tentativas de acertar, os erros começaram a se sobressair, faz-se necessário a experiência do começar de novo, do virar a página.
Tudo novo. Nada denovo. Sobre aquilo que já passou, não se pode fazer mais nada. E o amanhã, só a Deus pertence. O que podemos fazer é aproveitar e construir novos degraus na escada da vida. Afinal, os degraus, por mais parecidos que possam ser, nunca são iguais aos que já foram deixados para trás. A experiência do novo é sempre presente.
Presente [dádiva] do presente [tempo].
O passado tem muitos erros que impedem a vida no hoje. Preocupar-se é permitir que tais erros tornem-se atuais, fechando visão do agora, encerrando as possibilidades do futuro. É sempre tempo de recomeçar. Tudo novo. Nada denovo.
Não esteve bem até agora? "Vire a página!"
Prognóstico da Contemporaneidade
0 comentários Postado por César Thierry Freitas Nunes de Sousa às 10:18Este desejo age com aquele insight raptando nossa mente, dando-nos a sensação de ter descoberto as Américas.
Talvez isso se dê pelo fato de a cultua Contemporânea, carregando consigo as "conquistas" da Modernidade, roubar de nós aquele gosto pela caminhada, de preparar o próximo passo nos mínimos detalhes. Ao contrário, essa mesma cultura deseja pular etapas, com a idéia de devermos nos prontificar para qualquer tarefa que se apresente.
Ao discorrer este texto, recordo-me de fases de minha vida, quando imaginava estar pronto para avançar os níveis nos quais estava imerso. Sempre ouvia a frase "isto é queimar etapa" por parte de meu superior.
Aquilo me deixava furioso. Repetia a frase supracitada, sozinho, entre quatro paredes, com ar zombeteiro. Afinal, eu já me sentia pronto para fazer o que propunha.
Estava. No sentido prático, com relação a conhecimento e capacidade de desempenhar uma determinada função ou expressar alguma idéia. Tal como uma máquina em uma central de montagens desempenha precisamente o seu papel, mas sem a mínima noção sobre o que aquilo poderá trazer futuramente.
Eu até sabia o que as referidas ações poderiam trazer de concreto no presente, nas horas subsequentes aos fatos. Mas não tinha a mínima noção sobre o que poderiam acrecentar-me enquanto pessoa humana.
Agir é fácil. Pensar e refletir tais ações, é difícil. Sobretudo quando se trata de pensá-la antes de praticá-la. Não digo no sentido de premeditar, preparar, organizar, mas sim no sentido de colocar-se, no presente, diante de uma situação futura imaginária, na qual estariam presentes somente as consequências desta ação. Consequências essas que visem tão somente o bem estar da pessoa enquanto pessoa. Afinal, estamos justamente no ápice de uma era a qual tenciona responder às nossas questões através da materialidade do possuir. E como tudo que chega ao ápice, tende ao declínio, é inevitável o surgimento de uma nova proposta ideológica.
Em Filosofia, saímos do racionalismo cartesiano e dos transcendentais kantianos para entrarmos em uma tentativa de resposta através da linguagem. Esta linguagem, ao que pretendo, deve levar a consciência humana a um patamar pretendido por Nietzche: aquele que leva o homem a pretender a superioridade, ao "além do humano". Uma superioridade no sentido de não necessitar de coisas externas a si para alcançar a uma completude, mas sim de conhecer a si próprio naquilo que é capaz de expressar.
Penso que a partir do momento em que alguém conhece a si próprio, sem temer novos caminhos, sem temer desbravar novos horizontes em cada pequeno movimento, saboreando o momento, partindo do que se possui no tempo presente, este mesmo alguém terá descoberto em si mesmo (e não em outras vias, como quer hoje) a razão de sua existência.
A utopia nos maravilha. o que não está ao nosso alcance, é sempre mais belo, mais atrativo. Quantas coisas hoje não possuo, mas desejaria ter. A sensação universal de "comigo é mais difícil" também se apresenta a mim.
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A partir destes dois pontos, o priorizar e o desejar, percebo que os erros, as faltas estão de fato em mim. Pego-me profundamente preocupado e priorizando coisas que deveriam ser secundárias.
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Se desejamos mudar algo, devemos começar pelo possível, em nós mesmos. Um bom início seria igulalar as prioridades de satisfação entre corpo e alma: selecionar cinco atividades que elevem a cada um, e praticá-los diariamente, à risca.
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Talvez nossos erros estejam em fazer as coisas certas em tempos errados. há um tempo para cada coisa abaixo do céu. Entrando em sintonia com nossos tempos, pensamentos e afazeres, libertamo-nos daquelas coisas que nos escravizam e conseguimos, mesmo que a longo prazo, aquilo que desejamos.
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O que é passado, já se foi. Cabe a nós aceitar o hoje, nosso "presente". A cada dia recebemos novos dons, novas ferramentas, novas idéias. O futuro só depende da forma como aproveito, utilizo e cultivo meus dons. A vida que Deus deu a mim só pode por mim ser cultivada. Devo plantar meu jardim no hoje, para colher de seus frutos amanhã.
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Meu presente e meu futuro em minhas mãos. Simples assim!
O medo é traiçoeiro, multiforme. Disfarça-se facilmente naquelas coisas que mais considero naturais, por serem inerentes ao ser humano, quer seja em meus relacionamentos, quer nos próprios questionamentos os quais diariamente me proponho, com a finalidade de continuar à busca do caminho que me conduza ao meu horizonte.
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Assim vou vivendo, sendo cada vez mais livre, mais dono de mim. Sem culpas. Sem medos.
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Quanto mais busco aprofundar-me naquilo que não sei, mais torno-me consciente de minha ignorância, e mais desejo saber. Quanto mais aprofundo-me em um pensamento, mais me conscientizo de que a idéia antes formada acerca deste, estava incompleta. Isto porque ainda não eram por mim conhecidos outros termos, conceitos, idéias e formas de pensar. Quanto mais conheço novos termos e seus respectivos significados, mais os percebo se encaixando e completando vários outros conhecimentos antes adquiridos por mim. A partir destes momentos vejo o quão valorosa é a busca pelo real significado daquilo que chega às nossas percepções.Refletir sobre os significados adquiridos pelos termos em nosso ser é algo de suma importância. Ao discursar sobre algo, posso ter em mente uma série de símbolos e significados mas, quando estas palavras chegam à outras consciências, podem percorrer outros caminhos, vestir novas roupagens, adquirir outras formas.
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Isto porque a construção lingüística depende de todo um percurso já traçado por nossa subjetividade. Temos, em nosso intelecto, como que uma "caixa preta", onde ali são armazenadas todas as informações captadas e abstraídas de nosso quotidiano, desde quando nascemos. Se estes conteúdos não são pareados a outros, de outras consciências, confrontados de forma a buscar uma síntese eterna que vise sua completude, perdemos a nós mesmos. Perdemos o outro e perdemos aquilo que devemos respeitar, porque nos une: nossa história e nossa língua.
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Se em todo processo pelo qual a humanidade passou, foram construídas novas formas de pensar, sempre erguidas sobre outras, anteriormente propostas, por que hoje nos fechamos em nossos conceitos, em nossas formas de raciocinar? Por que tememos ser confrontados pela idéia do outro? Ou pior, por que ignoramos esta mesma idéia que o outro tem a nos oferecer? O que teríamos a perder, caso a assimilássemos? não teríamos muito mais a ganhar? Assumindo a Teoria do caos (o qual afirma que um mínimo movimento/mudança, interligado a outros, causa efeitos que antes não poderiam ser previstos e estes efeitos, em sí, não existiriam se não dependessem de cada mínimo movimento), da mesma forma acontece com o nosso CONHECER.
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Cada mínimo movimento gerado em nossa consciência pode ligar-se a outros fatores antes já elencados e abstraídos, tornando-os mais inteligíveis, proporcionando a ligação destes a outros fatores que em cada átimo surgem ao nosso redor. Cada ínfimo pensamento, cada palavra bem refletida e bem dita pode causar uma revolução não só em nosso intelecto, mas em toda a estrutura de idéias e ideais na qual estamos inseridos.
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Assim, uma vez despojado de minhas certezas e colocando minha consciência em contato com o mundo, torno-me senhor de minha vida e história; deixo de ser um-no-mundo para ser um-com-o-mundo e torno-me capaz de mudar não só a minha vida, mas todo o curso de uma história. Mudança que depende de mim, de toda construção que faço, e de cada construção que o outro faz.
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Temo o prisioneiro de suas certezas; Este permanece sempre igual ao que sempre foi. Admiro o homem de abertura, pois é capaz de aceitar novas idéias e reconhecer novos horizontes. Sigo o homem livre, pois é senhor de si e de suas escolhas, e está em constante desenvolvimento.
Dialética da arte de viver e de pensar
0 comentários Postado por César Thierry Freitas Nunes de Sousa às 17:11.
Não que não queira, ainda hoje, expandí-los. Só não mais ponho isto como prioridade em minha vida. Ao menos não neste momento.
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Afinal, filosofar nada mais é do que pensar o mais absurdo, o mais simples, mas de uma forma com a qual os mais soberbos, em sua vaidade, jamais pensariam.
Conhecer a si ou saber de si?
1 comentários Postado por César Thierry Freitas Nunes de Sousa às 17:09.
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Tornar-se quem se é pressupõe aceitar os próprios limites. Quando tento subir mais degraus do que minha perna pode alcançar, atropelo meu tempo; atropelo as pessoas que me amam e querem acompanhar-me.
A partir de minhas "estripulias", ou das vezes que penso tudo poder saber ou querer, Deus se mostra em sua simplicidade, num rosto de criança e diz: "calma! Uma coisa de cada vez. Eu poderia ter feito o mundo só com a força de meu querer, em um átimo, mas preferi pensar cada coisa a seu lugar, a seu tempo, a seu modo. Poderia ter ajudado meu povo com simples ações imediatas; ao contrário, preferi caminhar e mostrar que o poder a mim pertence, mas cada um tem a força que lhe é necessária. Poderia não ter deixado o homem se desviar mas, dando-lhe livre arbítrio e vendo que tende a se afastar e cair, fiz-me também humano, e mostrei que na fraqueza é que se conhece a força possuída".